Achei legal, interessante e novo.

Quais os possíveis cenários após a proposta da Telefónica para compra da GVT?

quarta-feira, 7 de outubro de 2009 comentários

Júlio Püschel é analista senior do Yankee Group para a América Latina
A Telefónica acabou de fazer uma oferta para a compra da GVT, oferecendo R$ 48,00 por ação. Como fora previsto, esta é uma ação de resposta direta à oferta da Vivendi no dia 08 de setembro deste ano (a oferta foi cerca de R$1,1 bilhão maior do que a da Vivendi). Este valor oferecido pela Telefónica vai além de refletir a rede da GVT e o número de assinante. Os principais componentes da oferta são a possibilidade de oferecer serviços em outras regiões do Brasil sem ter de construir uma rede do zero e principalmente barrar a entrada de um novo grupo no Brasil.
Não é novidade o interesse da Telefónica na GVT e praticamente desde o dia em que a GVT anunciou seu IPO existem boatos de uma possível oferta de compra pela Telefónica. Acredito que vale a pena refletirmos um pouco sobre os possíveis cenários desta venda.
Telefónica ►GVT
A GVT poderia ser a oportunidade da Telefónica ir além das fronteiras do estado de São Paulo para oferecer serviços principalmente para a região 2 do Plano Geral de Outorgas (PGO).  Seria um bom negócio já que a GVT possui cobertura satisfatória nos principais centros econômicos da região e, apesar da capilaridade um pouco pequena, possui uma rede de fibra ótica muito boa e moderna. Adicionalmente, a Telefónica poderia continuar a estratégia da GVT de entrar em novas cidades levando serviços mais avançados de internet (pacotes superiores a 10 Mbps).
Em relação à competição neste cenário, pouca coisa muda no contexto regional (sai a GVT e entra a Telefónica), mas a mudança é bastante significativa no cenário nacional, pois se perde um player, que apesar de pequeno, tem tido um crescimento bastante significativo nos últimos anos.
Neste caso, a GVT seria praticamente absorvida pela Telefónica que implantaria suas políticas internas e de produtos em todo o território nacional. Resta saber se a audácia e criatividade da GVT adotada até então seria aproveitada pela Telefónica (poderia ser um bom diferencial).
Vivendi ► GVT
Este cenário possibilitaria não apenas um investimento maior na ampliação da atuação da GVT, mas traria também um novo grupo internacional para o Brasil. Adicionalmente a Vivendi, por ter atuação na área de desenvolvimento e distribuição de conteúdo de internet e TV, poderia agregar muito valor com um modelo de negócios diferenciados dos modelos atuais.
Acredito que do ponto de vista da Anatel e do CADE não teriam restrições, uma vez que a concorrência na região 2 não seria afetada em nenhum dos dois cenários. Adicionalmente, acredito que a própria decisão dos órgãos reguladores em relação à compra da BrT pela Oi (que teve um impacto muito maior no mercado Brasileiro) pode facilitar esta compra.
Possível leilão
Apesar da receita mundial da Vivendi ser menor do que a da Telefónica (EUR 25.7 bilhões contra EUR 57.9 bilhões em 2008), o seu endividamento é significativamente menor do que o da Telefónica (EUR 8.5 bilhões contra EUR 44.3 bilhões em junho de 2009). Isto faz acreditar que a batalha está apenas começando e, possivelmente, a Vivendi irá aumentar a oferta. Resta saber se a Telmex entra ou não nesta batalha, afinal tanto a Vivendi quanto a Telefónica poderiam ser grandes ameaças aos negócios da NET.
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Júlio Püschel é analista senior do Yankee Group para a América Latina
A Telefónica acabou de fazer uma oferta para a compra da GVT, oferecendo R$ 48,00 por ação. Como fora previsto, esta é uma ação de resposta direta à oferta da Vivendi no dia 08 de setembro deste ano (a oferta foi cerca de R$1,1 bilhão maior do que a da Vivendi). Este valor oferecido pela Telefónica vai além de refletir a rede da GVT e o número de assinante. Os principais componentes da oferta são a possibilidade de oferecer serviços em outras regiões do Brasil sem ter de construir uma rede do zero e principalmente barrar a entrada de um novo grupo no Brasil.
Não é novidade o interesse da Telefónica na GVT e praticamente desde o dia em que a GVT anunciou seu IPO existem boatos de uma possível oferta de compra pela Telefónica. Acredito que vale a pena refletirmos um pouco sobre os possíveis cenários desta venda.
Telefónica ►GVT
A GVT poderia ser a oportunidade da Telefónica ir além das fronteiras do estado de São Paulo para oferecer serviços principalmente para a região 2 do Plano Geral de Outorgas (PGO).  Seria um bom negócio já que a GVT possui cobertura satisfatória nos principais centros econômicos da região e, apesar da capilaridade um pouco pequena, possui uma rede de fibra ótica muito boa e moderna. Adicionalmente, a Telefónica poderia continuar a estratégia da GVT de entrar em novas cidades levando serviços mais avançados de internet (pacotes superiores a 10 Mbps).
Em relação à competição neste cenário, pouca coisa muda no contexto regional (sai a GVT e entra a Telefónica), mas a mudança é bastante significativa no cenário nacional, pois se perde um player, que apesar de pequeno, tem tido um crescimento bastante significativo nos últimos anos.
Neste caso, a GVT seria praticamente absorvida pela Telefónica que implantaria suas políticas internas e de produtos em todo o território nacional. Resta saber se a audácia e criatividade da GVT adotada até então seria aproveitada pela Telefónica (poderia ser um bom diferencial).
Vivendi ► GVT
Este cenário possibilitaria não apenas um investimento maior na ampliação da atuação da GVT, mas traria também um novo grupo internacional para o Brasil. Adicionalmente a Vivendi, por ter atuação na área de desenvolvimento e distribuição de conteúdo de internet e TV, poderia agregar muito valor com um modelo de negócios diferenciados dos modelos atuais.
Acredito que do ponto de vista da Anatel e do CADE não teriam restrições, uma vez que a concorrência na região 2 não seria afetada em nenhum dos dois cenários. Adicionalmente, acredito que a própria decisão dos órgãos reguladores em relação à compra da BrT pela Oi (que teve um impacto muito maior no mercado Brasileiro) pode facilitar esta compra.
Possível leilão
Apesar da receita mundial da Vivendi ser menor do que a da Telefónica (EUR 25.7 bilhões contra EUR 57.9 bilhões em 2008), o seu endividamento é significativamente menor do que o da Telefónica (EUR 8.5 bilhões contra EUR 44.3 bilhões em junho de 2009). Isto faz acreditar que a batalha está apenas começando e, possivelmente, a Vivendi irá aumentar a oferta. Resta saber se a Telmex entra ou não nesta batalha, afinal tanto a Vivendi quanto a Telefónica poderiam ser grandes ameaças aos negócios da NET.
 
 
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